quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Nós já passamos pelo passado, mas o passado ainda não passou por nós.

Remexer os sentimentos do passado é uma atitude muito delicada e pode causar danos irreparáveis, como chorar incontrolavelmente, se arrepender profundamente daquilo que fez ou que não fez, se imaginar antigamente e achar que algo pode ser mudado... são vários os danos que a nostalgia causa. Dependendo da trilha sonora, do local de lembrança, e vários outros aspectos os danos podem ser ainda mais irreparáveis. É muito complicado, deixo aqui essa preocupação, este sinal de alerta, para que ninguém se perca dentro da sua própria nostalgia.

terça-feira, 18 de setembro de 2007

Pérola rara

Ana poetisa nata
princesa das flores, pérola rara
a nenhuma flor se compara

teus olhos rubis
comovem até os colibris

em teu ventre descanso
sou fera e sou manso

Ana pérola rara
que o brilho a dor sara

e nem a morte separa
nosso abraço semdeixarnenhumespaço

e em teu sono repouso minhas asas cansadas
acariciando-te o seio do sonho

nosso acalanto cala as torturas do mundo
e o nosso canto embala a criança que em nós procura um caminho

eu sei quando te vejo chegar,
que a estrada é nossa jornada,
e que seguiremos juntos e havemos de nos tornar mais nossos do que nunca

de outras galáxias seremos visíveis a olho nu

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Consciência

O álcool, a embriaguez.
A água que murcha a flor,
fornece a dor e mata o amor.

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Doí e rasga o peito
mas aí eu me pergunto, onde está o defeito?
Não podemos nos queixar de que o sol não tenha nascido,
nem de que a noite não tenha feito questão de encher o céu de estrelas e deixar a lua bem cheia
iluminando os sonhos e clareando todo e qualquer pensamento obscuro.
A água leva embora todo sentimento pesado,
e ainda existem as flores que enfeitam os sorrisos e os abraços.
Eu me pergunto: onde está o defeito?
Se falta algum tempo, o tempo que sobra é intenso. Então, onde está o defeito?
A leveza de duas mãos dadas nunca havia sido encontrada. Basta.
Basta passar a mão com leveza todos os dias sobre a alma e retirar a poeira que se acumula em alguns cantos. A sujeira do mundo está nas mãos de quem não acredita que o amor é uma entrega de corpo e alma.
Achei o defeito, e agora? Será que agora fica fácil?

terça-feira, 11 de setembro de 2007

O Poço

Cais, às vezes, afunda
sem teu fosso de silêncio,
em teu abismo de orgulhosa cólera,
e mal consegues
voltar, trazendo restos
do que achaste
pelas profunduras da tua existência.
Meu amor, o que encontras
em teu poço fechado?
Algas, pântanos, rochas?
O que vês, de olhos cegos,
rancorosa e ferida?
Não acharás, amor,
no poço em que cais
o que na altura guardo para ti:
um ramo de jasmins todo orvalhado,
um beijo mais profundo que esse abismo.
Não me temas, não caias
de novo em teu rancor.
Sacode a minha palavra que te veio ferir
e deixa que ela voe pela janela aberta.
Ela voltará a ferir-me
sem que tu a dirijas,
porque foi carregada com um instante duro
e esse instante será desarmado em meu peito.
Radiosa me sorri
se minha boca fere.
Não sou um pastor doce
como em contos de fadas,
mas um lenhador que comparte contigo
terras, vento e espinhos das montanhas.
Dá-me amor, me sorri
e me ajuda a ser bom.
Não te firas em mim, seria inútil,
não me firas a mim porque te feres.
Pablo Neruda
Há noites em que o nosso travesseiro se torna um barco inundado de lágrimas.

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Saudações!


É com imenso orgulho que anunciamos o primeiro evento realizado pela organização artística Grupo por Nossa Conta. Após 6 meses desenvolvendo trabalhos no âmbito da arte marginal em Uberlândia-MG, os idealizadores do Movimento Literatura Já, Didi Monteiro e Rafael Oliveira lançam o 1° Sarau por Nossa Conta, que será realizado no dia 05/10/07 a partir das 19hs na Oficina Cultural de Uberlândia-MG. Para o evento foi montada a peça "Transtornos Marginais" com o texto de Didi Monteiro e Rafael Oliveira, direção Didi Monteiro e elenco Vinicius Veronese, Ana Claudia Zumpano e Álvaro. O evento ainda terá a exibição dos Vídeos realizados pelo núcleo de produção audiovisual do grupo:


- Doc. De Andada 25min;

- Vídeo Poesia Falada 02:50min;

- Vídeo Ação 05:00min ;

- Filme “501” de Marcelo Banzaii.


Serão expostas obras do artista visual Arlen de Paula que teve seu trabalho divulgado pelo movimento Literatura Já na 2° Edição do projeto “3Poemas”. Ainda na mesma noite haverá como forma de intervenção o recital de poesias, com a participação dos escritores Rafael Oliveira, Robisson Sete, Danislau, entre outros. Fechando o evento os grupos musicais Negros D´Stilo e 1Bando e o Fim da Quadrilha terminam os trabalhos do dia. O 1° Sarau por Nossa Conta é uma iniciativa do músico Didi Monteiro (Grupo por Nossa Conta), em parceria com a KtraK e Carroça Produções, ainda conta com os apoios da Digiteca, NovaMídia, Ekobé Comunição e Arte, Secretaria Municipal de Cultura, Dicult e Proex/UFU, Rádio Buriti e programa Escombro da FM Universitária 107,5. A entrada é gratuita, serão distribuídos exemplares da 2° Edição do projeto 3Poemas com poemas do músico e escritor Robisson Sete e do escritor Rafael Oliveira.


Coordenação: Didi Monteiro

Produção artística: Rafael Oliveira

Produção executiva: Junior Garcia


quarta-feira, 5 de setembro de 2007

Repetições mórbidas são visíveis, porem insensíveis.
Não cabe a mim a função de analisar, mas reparando bem me debato em um diálogo entre eu e Ana. Opiniões distantes concretas. A sensação de solidão em meio a multidão.
A conclusão mais ridícula parte de mim sempre.
Ana tem os olhos abertos para o mundo, eu, desenho palavras e julgo alguns absurdos.
Seria óbvio me juntar a Ana, mas ela é mais esperta do que se pode notar. Ela foge. Ela é de difícil entrosamento.
As vezes dizem que ela finge, mas ela diz que apenas representa. A resposta está sempre na ponta da língua.
Faz frio e quando eu me lembro dos meus medos Ana chora. Ah! Ana, ora, ora.

domingo, 2 de setembro de 2007

Comunhão

mais que amar é...

te acordar com um beijo,
cantar juntos O Vilarejo

dormir à tarde
quando tiver vontade

comer todo o queijo
e por à mesa o desejo

de acordar de noite
e te cobrir do frio

e descobrir no dia compartilhado
a dádiva de estar ao teu lado

é mais que amor.