segunda-feira, 28 de julho de 2008

início dos 20 e poucos anos...



o silêncio que precede o sufoco
angústia, ansiedade
um certo medo bobo
olhei meia hora,
cravada no relógio
nele, existe tempo.
indícios de ferida na alma
pra mim, uma das piores doenças.
poderia dizer que toda vez é assim,
mas não é verdade.
Nesse último ano a tendência foi bipolar
colocando sempre em dúvida meus sentimentos
fui exposta ao fogo
5 tiros de 38 no peito
sobrevivi, mas noto bastante diferença,
algumas só eu mesma percebo,
outras são apontadas, como se fosse
necessário "ser" pra alguém ver.
eu ainda sou menina
que sente falta de mimos,
e chora no escuro abraçada ao travesseiro
brinco, danço em frente ao espelho
e fico extremamente irritada quando quero chamar a atenção e não consigo!
nessa brincadeira de mulher,
cozinho, lavo, passo, uso salto e trabalho o dia todo.
mas assim, tão próxima do dia,
queria mesmo era passear na grama verde, colher flor,
correr contra o vento, sujar o vestido, pular no rio...
livre, livre, com um sorriso meu que eu achei esses dias atrás, em uma daquelas fotos guardadas... cabelo voando, felicidade, muita felicidade e um sorriso que não cabe na boca.
meu presente seria essa sensação!

sexta-feira, 18 de julho de 2008



Quando piso em folhas secas
Caídas de uma mangueira
Penso na minha escola
E nos poetas da minha Estação primeira

Não sei quantas vezes
Subi o morro cantando
A luz do Sol me queimando
E assim vou me acabando

Quando o tempo avisar
Que eu não posso mais cantar
Sei que vou sentir saudade
Ao lado do meu violão e da minha mocidade

terça-feira, 15 de julho de 2008


foi como se tudo estivesse em "reprise".
"deja vu"?

sensação de andar de bicicleta no começo do inverno...

moleton, tênis confortável e café quente na chegada.

foco no olhar, ora distante, ora dentro do pensamento.

mais ou menos assim,

muito íntimo, muito misterioso

muito livre... muito leve...

pluma branca na palma da mão (esperando o vento).

eu igual borboleta, posso voar, posso ficar.

.

são dois palmos,

.

uma pluma,

.

uma borboleta,

.

e é melhor não fechar a mão.

quarta-feira, 9 de julho de 2008

E
S
C
A
S
S
O
detido na prateleira mais empoeirada;
caco de vidro na sola do pé.
em tempo frio
pingou gota de chuva na ponta do nariz,
e eu acordei num sonho bom...

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Zona de Perigo

dentre tantas confusões

eu parada na marquise

aparo a mão pra ver se posso com a chuva

apoio um pé pra ter certeza se piso com os dois

e verifico na mochila um salva-vidas




depois de tanta tempestade

não me arremesso na neblina.

é como um kit de sobrevivência

caso haja um ato falho

retiro da cartola um coelho (rapidamente)




aqui, já é aviso.

eu já me disse

que eu fui e não venho

mas saio correndo se for preciso.