domingo, 6 de janeiro de 2008

Imagina se pudéssemos voltar à 1968...

Como assinante da Folha de São Paulo, todo final de semana eu recebo uma revista Época edição especial. A revista desse final de semana foi sobre o ano de 1968 "O ano das transformações"... depois de ler páginas e mais páginas não pude deixar de escrever um pouquinho aqui, pois a matéria me encantou! Mesmo quatro décadas depois, 68 continua sendo visto como o ano da experimentação livre de drogas, do psicodelismo, do anticoncepcional, da minissaia, do sexo livre, do feminismo, da defesa dos homossexuais, dos protestos, das revoltas dos estudantes, da tropicália e do cinema marginal brasileiro. "Foi, em suma, o ano do "êxtase da História", frase do sociólogo frânces Edgar Morin, um dos pensadores mais importantes do século XX. Bob Dylan disse recentemente que 68 foi o último ano em que as utopias, todas as utopias eram aceitas, hoje em dia, segundo ele, "ninguém mais quer sonhar". Alguns afirmam que o ano simboliza a loucura de milhões de jovens cabeludos e rebeldes que queriam destruir a moral da velha sociedade. Eu, e mais e mais pessoas afirmam: é muito mais que isso. Nesse início de 2008 estão previstos vários eventos em comemoração aos 40 anos de 1968. No Rio de Janeiro, a Universidade Federal promove um ciclo de debates com especialistas estrangeiros e brasileiros, em abril. Na França e nos Estados Unidos também acontecem várias manifestações. Muitos acreditam que o mundo seria muito pior se 68 não tivesse acontecido, e eu também! A atriz Leila Diniz rompeu uma sociedade conservadora, numa época em que as mulheres nem sequer saíam sozinhas. Linda, corajosa, irreverente, saiu de casa aos 17 anos para viver com o cineasta Domingos de Oliveira, e em 1996 com o filme "Todas as Mulheres do Mundo" ganhou notoriedade quando apareceu nua. Os Beatles vão de encontro ao guru indiano Maharishi Mahesh Yogi. Fizeram o ocidente descobrir a espiritualidade oriental. Led Zeppelin faz seu primeiro show. O Tropicalismo transformou a área cultural na própria contracultura. Celso Martinez encena a peça Roda Viva, um dos maiores marcos da contracultura. Enfim, não há como não querer viver em 68. A geração de 68 atingiu, sim, seu ideal de transformar o mundo.
Agora, e a geração de hoje se preocupa com isso?

Para não Dizer Que não Falei das Flores
(Geraldo Vandré)

Caminhando e cantando e seguindo a canção
Somos todos iguais braços dados ou não
Nas escolas nas ruas, campos, construções
Caminhando e cantando e seguindo a canção

Vem, vamos embora, que esperar não é saber,
Quem sabe faz a hora, não espera acontecer

Vem, vamos embora, que esperar não é saber,
Quem sabe faz a hora, não espera acontecer

Pelos campos há fome em grandes plantações
Pelas ruas marchando indecisos cordões
Ainda fazem da flor seu mais forte refrão
E acreditam nas flores vencendo o canhão

Vem, vamos embora, que esperar não é saber,
Quem sabe faz a hora, não espera acontecer.

Há soldados armados, amados ou não
Quase todos perdidos de armas na mão
Nos quartéis lhes ensinam antigas lições
De morrer pela pátria e viver sem razão

Vem, vamos embora, que esperar não é saber,
Quem sabe faz a hora, não espera acontecer.

Vem, vamos embora, que esperar não é saber,
Quem sabe faz a hora, não espera acontecer.

Nas escolas, nas ruas, campos, construções
Somos todos soldados, armados ou não
Caminhando e cantando e seguindo a canção
Somos todos iguais braços dados ou não
Os amores na mente, as flores no chão
A certeza na frente, a história na mão
Caminhando e cantando e seguindo a canção
Aprendendo e ensinando uma nova lição

Vem, vamos embora, que esperar não é saber,
Quem sabe faz a hora, não espera acontecer.

Vem, vamos embora, que esperar não é saber,
Quem sabe faz a hora, não espera acontecer.
Ana.

2 comentários:

Anônimo disse...

me leva com vc tb !!!********************************************************************************************************************************************************************************************************************************************************************************************************************************************************************************************tiago

Esch Haim disse...

só pra não dizer que eu não falei das flores...
em outra encarnação eu vivi esses tempos de revolução comportamental e de transcendência de percepções...
"as flores nochão colorindo o caminho por onde tanques pisavam sangue de inocentes..."