rodeando a casa avisto restos das roupas
cascas de amendoim, e alguns caroços de azeitona
as latas de cerveja servem de cinzeiro
e o chão fica coberto de cinzas e poeira preta
a roupa branca tenta disfarçar a sujeira
mas cobre um corpo com sintomas sórdidos
e o rádio canta rouco, chorando cada nota
querendo livre o som no ar,
querendo que caiba no colo a culpa e a gratidão
querendo esconder no quarto a dor e a razão
querendo engolir seco a dúvida
segue seco qualquer sorriso e desprezo
o céu cinza cobre os carros
a chuva limpando os rastros
definitivamente hoje não é esse bom dia
muitos gritam de agonia
enquanto outros esnobam alegria
é a famosa lenda,
não sinta-se feliz
invente um drama pra promover sua vida.
cascas de amendoim, e alguns caroços de azeitona
as latas de cerveja servem de cinzeiro
e o chão fica coberto de cinzas e poeira preta
a roupa branca tenta disfarçar a sujeira
mas cobre um corpo com sintomas sórdidos
e o rádio canta rouco, chorando cada nota
querendo livre o som no ar,
querendo que caiba no colo a culpa e a gratidão
querendo esconder no quarto a dor e a razão
querendo engolir seco a dúvida
segue seco qualquer sorriso e desprezo
o céu cinza cobre os carros
a chuva limpando os rastros
definitivamente hoje não é esse bom dia
muitos gritam de agonia
enquanto outros esnobam alegria
é a famosa lenda,
não sinta-se feliz
invente um drama pra promover sua vida.
3 comentários:
Deitada no tapete da sala, nua, juntava os pedacinhos de poeira ao seu lado e jogava para baixo de onde estava. Eram os restos de uma noite mal dormida e muito bem aproveitada.
As roupas jogadas a um canto, os sapatos a outro. E ela, ali, sem lençol, sem pudor, nua. Não queria cobrir-se, porque a brisa que entrava pela janela arrepiava os pêlos de seu corpo, ainda quente. E era bom. Ela tocou a ponta macia dos seios, deliciando-se com aquela sensação de suavidade. E o pássaro, do lado de fora da janela, gemeu os ais junto com ela. E, da cozinha, ele ouviu. Voltou para o tapete, nu, e deitou-se ao lado dela. Vendo-a naquela entrega, doou-se também: suas mãos errantes adentraram cada reentrância daquele corpo molhado de suor. E o ar era nota musical, e a brisa era embalada pelos movimentos dos corpos deles. Ele, em cima dela. Ela, em cima dele. E ela, cabendo no colo dele, escalava-o até o ápice, até quando não houvesse mais qualquer saliva, e eles engoliam seco, mas não ardia a garganta. Molhavam-na com o vinho dos copos no chão.
...
Ela, deitada no tapete, nua.
Ele, deitado no peito dela, nu.
A brisa dançando nos cabelos dela, a luz prateando o sorriso dele.
...
Comunhão de vidas nessas almas expostas.
(Ops, acho que me empolguei... rs)
Beijos.
Exatamente o que eu penso... não existe isso de felicidade. Existem momentos e só.
Beijo meu.
Sim, Ana: preencher espaços é sempre uma preciosa responsabilidade. Mas há que se arriscar um dia...
E que texto... Quero promover minha vida sim, mas não através de um drama. Enquanto a vida me permitir, vou construindo meus degraus e sendo fiel a mim mesma. Sendo fiel aos meus momentos de alegria e aos de tristeza. Cada um deles.
Tem muita coisa debaixo do tapete, o que não é bom. Mas em cima dele também tem. E quero ser capaz de ver tudo...
Beijos moça, e boa semana!
Postar um comentário