segunda-feira, 28 de abril de 2008

(foto art por mim)

é por isso, que o quadro estava torto
quebrei o único espelho:
mais 7 anos de azar?
não.
nada de procurar um significado pra tudo
aceito que algumas coisas EXISTEM.
esse sonho não traz morte
nem dinheiro
não vou ser tia, nem mãe agora.
eu ando assim pelo quarto
eu ando assim em mim
perco a chave, o chão
perco o começo e o fim
penso que isso foi por causa daquilo
e aquilo foi culpa disso
sintomas de saudade
quase sonhando
acordo no susto
hoje não quero explicação
olha,
hoje,
eu apenas
EXISTO.

* estava sem internet, fiquei sem postar uns dias, e sem ler meus blogs preferidos. Obrigada por comentarem sempre, essa semana quero ler tudo que perdi por aqui!

terça-feira, 22 de abril de 2008

(Fotos que eu tirei no Museu da Língua Portuguesa - 2007)

sexta-feira, 18 de abril de 2008

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Espontâneo.



é uma entrega.

sem espaço no tempo.

dou o melhor de mim.

existe um tempo particular, um relógio que pulsa, pulsa em ritmo nosso.

sem exigir certezas.

eu quero caminhar com o sol na pele, e sorrir em meio ao caos lembrando da noite passada.

suplício de lembranças boas.


Blogagem Coletiva contra o Analfabetismo



Dia 18 de abril, dia Nacional do Livro.
Dia da nossa Blogagem Coletiva contra o Analfabetismo.
Pegue o selinho, ajude a divulgar. Participe.

Mais informações no blog Saia Justa.

segunda-feira, 14 de abril de 2008


vivo depois do perigo
então não se faz medo aqui dentro
bom é sonhar a altura de um abismo
ter a certeza de olhos fechados
e saber que a certeza é cobra criada
arrisca e morre envenenada
porque é bom mesmo
viver com o frio na barriga
pisando em lugares incertos
tendo de conquistar quem se ama
todos os dias
abraçando a incerteza
e evitando só as palavras doces
viver com as sílabas rudes
crescendo sem proteção

sexta-feira, 11 de abril de 2008

Dom Dele


teus olhos transparecem a aurora
desnudam essa alma
fotografam essas expressões
brincam com meu desejo

eu vivo assim
aconchegada no teu carinho
respirando teus sonhos
pulsando junto com tuas veias

quieta esse peito arredio
conforta essas idéias ansiosas
leva. protege tudo. tens o dom
até teus beijos são poemas

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Cheguei aqui na agência hoje, no meu cantinho, e fiz o de sempre. Tomei meu cafézinho, recebi os mimos da Conceição e vim pro computador trabalhar. Um loucura! Aquela correria, recebe isso, aquilo... e eu gosto muito de assistir tudo isso de tão perto. Alguns se matam por tão pouco, outros quase nem se esforçam mais, e por aí vai. Meus planos são longe daqui, mas eu sei muito bem valorizar meu momento, é necessário e prazeroso até. Ultimamente, nos meus quase 20 anos, tudo é mudança, e perda também, mas muito ganho, muito. Ontem na praça, no projeto "Na porta da casa", Luís Dillah retornou a Uberlândia e fez um lindo show pra gente. Não podia ser melhor, encontrar pessoas queridas, tomar aquela geladinha, conversar até, ah! e ainda, literalmente na porta da minha casa. O próximo Quinta de 1a promete... semana passada o Naldo Luiz encantou, deixou todo mundo babando, quando subiu no palco e fez jazz com aquela sanfona linda, foi inacreditável! Ai... chega maio! chega! tantos projetos, tanta coisa boa! Sexta-feira, dia 11/04, inaugura o lindo Bonsai Arte Bar, nunca vi nada parecido, coisa fina, eu já tô lá! É isso... tem tantas novidades, a gente vai colocando aos pouquinhos...

Vou colocar aqui, um poema antigo meu, eu tinha uns 13 anos quando escrevi, e eu gosto dele demais, lembra tanta coisa vivida, que ainda vive, tanta força...

Levanta...
O dia estanca
a noite desmancha
O lápis na mão
corre a folha e
descreve a andança


7 dias. 7 vidas
o gato preto
cheira a melancolia
a sala de estar
abriga a mania
de achar que amanhã é outro dia


Mas o corre é o mesmo
e até debaixo do chuveiro
se faz contas nos dedos
Nas mãos o desespero
e a música toca a certeza
de saber que amanhã estarei cometendo o mesmo erro.

Ana.

terça-feira, 8 de abril de 2008


hoje eu levantei pra vir trabalhar, o som despertou com aquela música gostosa, e parecia respirar primavera... fiz toda a dança matinal, peguei a bolsa e quando peguei o livro e entrei no elevador, olhei-me no espelho, e me lembrei da querida Clarice:

Não era mais uma menina com um livro: era uma mulher com seu amante.

segunda-feira, 7 de abril de 2008


Essa manhã chuvosa, céu nublado, ouvindo Saudade da Chiquinha Gonzaga, esse piano aqui nos meus ouvidos, o mundo acontecendo ali de fora da janela... a árvore que fica aqui na minha frente, embaçada, balança suas folhas, dançando no ritmo de toda essa Saudade que também é minha. Aquele gosto de querer mais, aquela expressão única, aquele sorriso que sai de canto, aperta as covinhas e enxe os olhos de sonhos... sonhos e sonhos... regar o vaso de flor adianta e muito, talvez aquela flor que parece morta, só precisa mesmo é de novos sonhos, nova motivação! Ao som. Embalados por aquele nosso som, aquele que canta tantas lembranças, tanta vida. Aquela flor, a semente de girassol, e o papel verde escrito primeiras palavras de paixão. O leite das crianças, o mar. E tudo começou de repente, não mais que de repente... não há como conter as lágrimas, é um choro de felicidade, um gozo de saudade, é deliciar-se de amor. Não existe chama... é movido pelas estrelas, num céu que é nosso, cúmplice e amigo. Hoje eu lembrei das estrelas, na época em que elas lançavam os versos pra gente se amar, 1 ano, sonho e saudade, expectativa e poesia. Acho um privilégio, nunca ouvi falar de estrelas amigas, que guardam uma história de amor tão grande assim. É tão bom amar, amar clichê num domingo chuvoso, domingo rodeado das crianças que enchem a gente de sonhos e amor puro. Eles sabem bem como deixar nossos corações apertadinhos. O amor nasceu hoje. Abril chega e invade a gente com tanta água... é só o começo...

sexta-feira, 4 de abril de 2008

Rompe-eu-se

montanha russa, giro descordenado
rompeu-se os ligamentos

nada aqui dentro quer obedecer...
coração bate quando quer,
os pensamentos fazem a festa
e até a respiração pode demorar a acontecer.

quando a menina atravessou a rua
rompeu-se o medo

boneca nua com cara de gente,
mistura sexo, posição, oposição.
atormenta as noites insones,
luz reflete sino da igreja decente.

montanha russa, giro descordenado
rompeu-se os ligamentos

terça-feira, 1 de abril de 2008


Pouso

pele veludo branco, macieira dos sonhos
me acompanha teu lírio tristonho
se o colibri ainda voa longe
eu parada peço pra ficar

a murcha-flor assusta o pássaro que a beija
o rosto que se aproxima não quer nem deseja
chora beija-flor, não estás sozinho
não foi só tu que perdeste o ninho

canto fugaz, doí e não é efémero
uma dose de veneno, comprimido
quanta gente por aí não terá
a metade de todo poema que o mundo faz

eu espero, deito-me na janela
cante suas dores, liberte seus amores
estou com aquela saia e a flor no cabelo
pousa nos meus ouvidos, tudo ficou no lugar.

Exposta

tanta coisa debaixo do tapete
rodeando a casa avisto restos das roupas
cascas de amendoim, e alguns caroços de azeitona
as latas de cerveja servem de cinzeiro
e o chão fica coberto de cinzas e poeira preta
a roupa branca tenta disfarçar a sujeira
mas cobre um corpo com sintomas sórdidos
e o rádio canta rouco, chorando cada nota
querendo livre o som no ar,
querendo que caiba no colo a culpa e a gratidão
querendo esconder no quarto a dor e a razão
querendo engolir seco a dúvida
segue seco qualquer sorriso e desprezo
o céu cinza cobre os carros
a chuva limpando os rastros
definitivamente hoje não é esse bom dia
muitos gritam de agonia
enquanto outros esnobam alegria
é a famosa lenda,
não sinta-se feliz
invente um drama pra promover sua vida.